Estou andando por essa estrada faz estações, sem vista de um fim,
 sem água, sem carros que se passam e sem origem.
 Implorando por uma defunção como estréia de algo novo.
 queixando-me novamente de uma amargura que finjo ser uma miragem,
para o tempo passar mais rápido, a caminhada ser curta e ignorando a ferida.

Está aberta a anos, escancarada em minhas costas. E em todas as noites
no meu momento mais frágil, a brecha se abre para os malditos carniçais.

está aberto a todos, 
a carne exposta para o mundo, meu sangue a única coisa de se beber.
Vejo a miragem sob o luar, do maldito
carniçal.
vejo-te, vinto diante da noite, algo que não é do seu costume, 
cutucar a ferida empodrecida.
bique, se alimente de mim, pois é a única coisa que sobrou para me lembrar
de recompor-me e rastejar-me, assim tu, virá de ir embora.


Mas agradeço novamente, por me acompanhar 
nessa maldita
estrada.


 Arrogância minha, clamo seu perdão
não me deixe me afogar nos grãos da areia dessa estrada,
não tenho de beber, seja minha companhia por essa noite.
me perdoe, mesmo eu sendo a maldita criatura,
que roga seu nome todas as noites
carniçal.


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